Vidas Secas: Análise do livro de Graciliano Ramos
Oscar D'Ambrosio, Especial para a Página 3 Pedagogia &
Comunicação
08/10/200715h38
Entre a excelente produção de Graciliano
Ramos (1892 -1953), torna-se difícil escolher qual é o romance mais
significativo. Eles se equivalem na economia de recursos, na denúncia social e
na maneira de abordar dilemas existenciais a partir de situações cotidianas
retratadas sem grandiloquência. Muito mais que denunciar o sistema opressor que
humilha os nordestinos,
o escritor alagoano
é um mestre da palavra.
Boa parte da crítica, porém, quando questionada sobre a obra-prima de Graciliano, escolhe "Vidas Secas". Publicada em 1938, é considerada por muitos como o principal texto do autor por dois fatores essenciais: o retrato da sacrificada luta pela sobrevivência daqueles que sofrem com a seca no nordeste e a forma como essa história é contada, com capítulos que podem ser lidos fora de ordem com economia total de adjetivos.
Boa parte da crítica, porém, quando questionada sobre a obra-prima de Graciliano, escolhe "Vidas Secas". Publicada em 1938, é considerada por muitos como o principal texto do autor por dois fatores essenciais: o retrato da sacrificada luta pela sobrevivência daqueles que sofrem com a seca no nordeste e a forma como essa história é contada, com capítulos que podem ser lidos fora de ordem com economia total de adjetivos.
Enredo
Fabiano e sua família, formada pela esposa Sinhá Vitória,
pelos filhos não nomeados, chamados apenas de Menino mais Velho e Menino mais
Novo, a cachorra (esta sim, batizada ironicamente de Baleia, ou seja aquela que anda livremente pelo mar) e o papagaio,
têm a sua saga de migrantes narrada em terceira pessoa.
Ausência de comunicação
A estiagem que corrói a terra, levando à fome e à
necessidade de migrar também domina a alma de cada um dos personagens. Eles não
passam de marionetes de um grande sistema econômico do qual não conseguem
escapulir e que os massacra sob diversos
aspectos, da falta de dinheiro ao da carência total de perspectivas.
A ausência de comunicação entre os personagens é o grande tema do livro. Se a baleia, enquanto cetáceo, domina o mar, a Baleia do livro, adoentada, é vencida pela seca, sendo sacrificada por Fabiano, numa das principais cenas do livro, levada para a tela com extrema sensibilidade na versão cinematográfica de Nelson Pereira dos Santos, em 1963.
Mesmo na tarefa de matar Baleia, Fabiano fracassa. Apenas fere o animal, que vem a morrer no dia seguinte. O talento de Graciliano está em estruturar a narrativa de modo que, perante pessoas sem sonhos, apenas Baleia tem o poder de imaginar. Pouco antes de morrer, ela vê a si mesma num campo repleto de preás, onde poderia saciar a sua fome.
(Copiado do blog admirável escola/profª Tânia Guidotti)
"Gostei das análises de livros."(profª Rose)
A ausência de comunicação entre os personagens é o grande tema do livro. Se a baleia, enquanto cetáceo, domina o mar, a Baleia do livro, adoentada, é vencida pela seca, sendo sacrificada por Fabiano, numa das principais cenas do livro, levada para a tela com extrema sensibilidade na versão cinematográfica de Nelson Pereira dos Santos, em 1963.
Mesmo na tarefa de matar Baleia, Fabiano fracassa. Apenas fere o animal, que vem a morrer no dia seguinte. O talento de Graciliano está em estruturar a narrativa de modo que, perante pessoas sem sonhos, apenas Baleia tem o poder de imaginar. Pouco antes de morrer, ela vê a si mesma num campo repleto de preás, onde poderia saciar a sua fome.
(Copiado do blog admirável escola/profª Tânia Guidotti)
"Gostei das análises de livros."(profª Rose)
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